Z e n e L P i b r a L

Quando o mar invadiu nossa cidade, Aniquilando orgulho, ira e vaidade, Percebi o quanto somos diminutos! (Toda a obra humana se foi em três minutos!) Em pé nada ficou! Toda a " verdade ", Que restou, sucumbiu! Até a propriedade Mais sólida caiu frente aos mais brutos Poderes naturais: um mar de lutos !!!  (Aparências e luxos desmedidos: Prejudicados e comprometidos!!...) (E a sujeira escondida apareceu!...) Dinheiro, intriga, força e estupidez! Tudo! Tudo tão fácil se desfez!! E a soberba dos homens pereceu!!...

Da Silva era um mecânico dos bons! Entretanto, em setenta e seis, foi preso Por algo que não fez! Triste e indefeso, Jogado na prisão, perdeu seus dons, Sua família e todos os seus bens!... E estes erros jurídicos insanos O fizeram cumprir dezenove anos De reclusão total c'outros reféns!... Depois de solto, não ganhou convites Nem oportunidades laborais... Sem baixa em seus registros criminais, Foi, novamente, preso em uma blitz ! Outro erro! Outra injustiça! Outra prisão! Uma rebelião de prisioneiros E o uso de bombas, gases e morteiros, Arrancam do infeliz "Silva" a visão!!! Tuberculoso, cego e em liberdade, Buscou reparação judicial, Conquistando, de forma gradual, Direito a uma pensão de indignidade !!! De infarto sucumbiu nosso infeliz! Ser pobre foi seu crime e brutal sina! Justiça?! Só se for de Deus: Divina!!! Pois a dos homens não me contradiz!... (*) Poema baseado em fato verídico.

Data: 18/12/2011. Local: Estádio de Yokohama (Japão). O Barcelona sagrou-se (bi)campeão mundial de clubes da FIFA (2011) vencendo a equipe do Santos pelo placar de 4 a zero. O que se viu foi um jogo e dois times totalmente diversos: uma " Seleção Catalã " com um fantástico e rápido toque de bola, com futebol eficiente, pragmático e envolvente; e um " peixe " apático, lerdo, medroso, com sangue de barata... No 2º Tempo, o Santos " jogou " um " pouco melhor ", mas não bastou: tomou, ainda, um quarto e definitivo gol! Vitória da melhor equipe de futebol do mundo!  Na vida nem sempre ganhamos; muitas vezes, perdemos. Porém, sem luta a derrota é mais vergonhosa! Uma coisa é sucumbir duelando; outra é cair antes de brigar! Infelizmente, essa última atitude foi aquela escolhida pelo Santos. Um time de " estrelas " anãs!!...        

Acordo! Abro os meus olhos! E, surpreso, Vejo, atônito, " rostos flutuantes "... São faces desfocadas, intrigantes, Que, também, me olham c'um olhar coeso!... Até vozes me deixam indefeso : São risos, berros, gritos ofegantes!... Ouço " frases cortadas ", bem distantes, Que fulminam meu peito pouco ileso!... Estalos luminosos, barulhentos, Podem surgir em todos os momentos! (Não sei como explicar?! Não há razão!!) Com um simples olhar quebrei dois pratos!! E, p'ra não mencionar todos os fatos, Liguei, com a mente, a televisão!!...

Notícia veiculada pelo jornal "A Tribuna" de Santos (SP), edição do dia 07/12/2011 (Quarta-feira), página A-5, fala da existência de uma suposta " aparição " que assombra as ruínas da antiga "Hospedaria dos Imigrantes", edifício construído em 1911, destinado a abrigar os estrangeiros que chegavam ao Brasil para trabalhar e construir uma nova vida em nosso país. Segundo o relato de um segurança, que afirma que alguns moradores de rua (desocupados que alí se abrigavam) fugiram do local em face do medo provocado pelo indigitado " fantasma ", descrito como um homem de capuz preto e de olhos vermelhos . Ele vem e diz em uma voz grossa, ' vim te salvar, te levar para o meu mundo ... ' ( - Foi isso que o vigia ouviu da boca de um pobre e amedrontado morador de rua ! ...) Observação: a título de curiosidade, as ditas ruínas estão situadas no bairro da Vila Mathias, em Santos (SP)! Gravura: Zenel Pibral.

As cadeiras da sala estão quebradas E o sofá pegou fogo, novamente... Na cozinha, as panelas, amassadas, Permanecem grudadas no batente... Todas as roupas, sujas e rasgadas, Brincam de voar bem à minha frente!... A cafeteira e a pá foram jogadas contra a parede! (Assim como o meu pente!) No quarto, as luzes ligam e desligam ... Meus gatos, assustados, já não brigam! (Estou farto! Não tenho paciência!) Na estante, todos os livros queimaram!... Os eletrodomésticos pifaram!... (Explicações? Perguntem p'rá ciência!)

Todo poeta vive de grandeza! Todo poeta quer mudar o mundo! E, mesmo parecendo um moribundo, Sonha enganar a mais puta pobreza!... Poeta não trabalha!! (Quer moleza?) Nem tem profissão!! (Nobre vagabundo?!) Vive perdido num buraco fundo, Repleto de ilusão, sonho e incerteza! Não tem dinheiro! Não tem propriedade! Não tem fama! Não sabe o qu'é vaidade! Mas nunca será um morto de fome ! Seu prato preferido: a incongruência! A cachaça escolhida: a impertinência! (...e toda a falsidade lhe consome!)

Trilobita, arthropleura, brontossauro, Celacanto, arqueopterix, mastodonte, Macrauquênia, phioma, carnotauro, Alticamelo, eophius, toxodonte... Eryops, diatrima, estegossauro, Dentes-de-sabre, nautilus, trodonte, Triceratops, mamute, brontossauro, Mesonyx, ursocão, dimetrodonte... Tiranossauro rex, calicotério, Opabinia, gastornis, megatério, Barionix, megalania, pakicetus... Entelodonte, adapis, deinonico, Velociraptor, moa, ranforrico, Sivatério, oviraptor, utaetus...